Por que ainda é restrito o interesse feminino pelas chamadas "ciências duras"? Uma química e uma bióloga respondem
As ciências coloquialmente chamadas de "duras" compreendem as áreas de Exatas e Engenharias. Nestas, há uma predominância de pesquisadores do gênero masculino que, muitas vezes, chega a amedrontar as mulheres. Este assunto foi discutido na tarde do dia 11, primeiro dia da Reunião Anual da SBPC em Goiânia, durante o simpósio "As mulheres na ciência". Participaram as professoras Vanderlan da Silva Bolzani, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp - Araraquara), e Vera Fonseca, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
A professora Vanderlan, que este ano será a única latino-americana a receber prêmio da Sociedade Americana de Química, introduziu o tema apresentando dados de uma pesquisa referente à realidade do trabalho nos Estados Unidos. Segundo ela, 46% do mercado nesse país é formado por mulheres, 27% estão na academia e, destas, 12% atuam nas Ciências Exatas e Engenharias. "Tudo indica que no Brasil não seja diferente. As mulheres são minoria absoluta na carreira acadêmica em todo o mundo", revelou.
Para a professora Vera, que há 30 anos atua como bióloga e pesquisadora na Amazônia, o problema maior sequer é esse do envolvimento feminino em disciplinas como Química, Matemática ou Física, mas sim o fato de ainda existirem cientistas que tentam provar a diferença intelectual entre homens e mulheres. "É uma questão de oportunidade e de formação, não de evolução. Além disso, a área das humanidades não é 'leve'. Não podemos reforçar esse estereótipo", ressaltou.
Vanderlan e Vera lembraram da trajetória de mulheres como Marie Curie, prêmio Nobel em 1903 pela descoberta da radiação. Ainda destacaram brasileiras como Carolina Bori, Glaci Zancan e Helena Nader, respectivamente, ex-presidentes e atual presidente da SBPC. No entanto, as professoras reconheceram que pouco corresponde ao esforço feminino do dia-a-dia. "Quando vamos observar quem está em sala de aula e realiza mais orientações, sobretudo na graduação, percebemos que o quadro é inverso e a maioria é mulher", informou a professora Vera, revelando o paradoxo ainda a ser enfrentado no mundo das ciências.
(Ascom UFG)
Fonte: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=78355
SIGA !!!
Twitter: @Andreza_MA
Facebook: andrezacosta-bbzinha@hotmail.com
Orkut: andrezacosta78@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário